quarta-feira, 27 de junho de 2012

"A culpa não é minha"

Esta é uma frase que, se usada em demasia, pode trazer efeitos como sensação de impotência, comodismo e irresponsabilidade.

Como eu sempre digo aqui no blog, as ideias que passam pela nossa cabeça determinam nossas emoções e comportamentos e, neste caso, ações decorrentes da frase do título podem ser: não se responsabilizar pelos seus erros (e, portanto, ter mais dificuldade em se aprimorar na área que for), jogar a causa nos outros e/ou nas situações (fazer-se de vítima) e  justificar-se.

Se você se identificou com esses hábitos, é bom ter noção também do quanto eles cobram com o decorrer do tempo; além das que já citei no primeiro parágrafo, como consequências, temos o desconforto gerado nas pessoas que convivem com você seja no trabalho ou em casa, a sobrecarga que elas sofrem pela sua postura e, ainda, a sensação de não poderem contar nunca com você.

Então, se isso não incomodar, nem precisa terminar de ler esse post.

Mas, se te causa algum desconforto e/ou se você não quer conviver com estes resultados, é bom rever a sua noção de responsabilidade, da mesma maneira como aqueles que tendem a puxar tudo para si, também o precisam.

E como fazer isso, na prática?

Vamos a um exemplo:

Situação: um trabalho que não foi entregue dentro do prazo.

Pensamento: "A culpa não foi minha. Fulano não me passou os dados a tempo" (portanto, a causa de tudo isso é 100% da falta de efetividade do Fulano)

Comportamento: Não procurar entender o que aconteceu, "lavar as mãos" e se focar em outras situações, ou se justificar muito

Agora, vamos pensar em outros fatores que poderiam contribuir com esta situação: neste exemplo, é verdade que o "fulano" não enviou as informações em tempo hábil, mas também, o trabalho foi deixado para a última hora porque o funcionário, que nunca tinha feito este tipo de relatório,  não se planejou.
 
Colocando todos os fatores, e respectivas porcentagens de responsabilidade sobre o resultado final, temos:

- falta de planejamento para executar o trabalho (o que seria pensar antes que tipo de informação seria necessária, com quem precisaria falar e quanto tempo ele levaria para fazer o trabalho e, ainda, quais eram as outras prioridades que ele já tinha) 50%
 
- deixar o trabalho para ser feito na última hora 20%
 
- "Fulano" não enviou rapidamente as informações 15%
 
- desconhecimento da dinâmica do relatório (de quanto tempo era necessário para obter os dados e fazer o relatório) 15%
 
Diante desta avaliação inicial, a parte que cabe ao funcionário foi de 0% para 85%. Uma diferença e tanto, não?

Se o funcionário admitir a sua parcela de responsabilidade, pode melhorar a sua habilidade de planejamento, lidar melhor com a procrastinação e, com isso tudo, crescer muito profissional e pessoalmente. Caso ele não faça isso, bom... ele vai ter que lidar com tudo o que já descrevi aqui por muito e muito e muito tempo. Escolha dele.

Ana Carolina Diethelm Kley
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2 comentários:

  1. Nossa, sei que é vergonhoso mas sou mestre em procrastinar. As vezes a culpa é de fulano, mas tem vezes que eu assumo. Assumo não o tanto que eu gostaria, mas assumo!!!
    Bjus

    avidamudaeutambem@gmail.com

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  2. Amei Ana! Parabéns pelo texto! Beijos :)

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