quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Por que focar o negativo é tão importante?

Focar no negativo é um hábito e aparece em várias situações

- as notícias que mais aparecem nos jornais (e que dão mais audiência) são aquelas que tem relação com coisas ruins; 
- numa rodinha em que estão falando de alguém, é comum focar nos pontos "fracos" do outro (felizmente, há exceções!); 
- quando avaliamos nosso desempenho, o usual é colocar a atenção no que não está tão bom,  no erro, no que "deveria ser melhor" (ou, em outras palavras: no que falta); 
- quando nos preocupamos com uma situação, tendemos a pensar em tudo o que pode dar errado (às vezes, nem lembramos que existe a possibilidade de dar certo).

Resolvi escrever sobre isso por perceber, em mim e nos outros, o estrago que esse hábito provoca. 

É como se o aspecto negativo da situação tivesse mais importância que o positivo. 
É como se o negativo quisesse realmente dizer algo relevante sobre nós, sobre a situação ou sobre o futuro, enquanto o positivo não passasse de acaso ou sorte. 
É como se tudo o que é negativo fosse um sinal de alerta importantíssimo, e não pudéssemos, de jeito nenhum, contar com a presença e a proteção do positivo.

Até acredito que essa maneira de pensar possa ter sido uma ferramenta de sobrevivência em alguma parte da evolução da humanidade. Mas será que ainda é? Desse jeito maciço que se apresenta hoje em dia?

Acredito que perdemos muito ao não enxergar o positivo com o peso que ele realmente tem:
- "pequenas" conquistas diárias como prova de capacidade, adaptação, inteligência 
- "pequenas" demonstrações como prova de que somos queridos, lembrados e que se importam conosco 
- tentativas como meios de aprendizado e que, de qualquer maneira, também são provas de inteligência, persistência e habilidade
- tudo o que conseguimos fazer como algo a mais do que era/estava

O erro cognitivo (como chamamos dentro da Terapia Cognitiva) do foco no negativo é um hábito que pode predispor as pessoas, no mínimo, à depreciação (de si e do outro), à ideia de insuficiência e de desamparo, além de, em casos mais extremos,  à depressão e ao excesso de ansiedade.

Você já parou para perceber se faz isso (principalmente com você mesmo)?

O primeiro passo para mudar é se dar conta de que você tem esse hábito mental, das situações em que ele aparece, o que você pensa e o que acaba fazendo. Para ajudar nessa percepção, sugiro um aplicativo chamado Cogni.

Lá vão os links com mais informações sobre como ele funciona:

Quando perceber que ficou desanimado (um dos sinais mais frequentes do foco excessivo no negativo), você pega o celular, abre o aplicativo e anota as informações que ele pedir. Ao longo de uma semana, você terá um histórico que poderá acessar também pelo e-mail. 

Com esse histórico, pode ficar mais fácil perceber a presença do hábito e, com a prática de questionar suas conclusões, mudá-lo. 

Ana Carolina Diethelm Kley
anacdkley@hotmail.com
Para me adicionar no Twitter: @AnaDKley














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