Essa é uma sensação muito comum para quem tende a puxar a responsabilidade para si.
Na realidade, pode se tratar de um hábito mental: quando você percebe, já está achando que você foi a causa principal (ou a única) de algo que não deu certo ou de uma discussão.
É claro que existem situações em que nós contribuímos e muito para o resultado final, mas o tempo todo? Ou você tem outros hábitos comportamentais prejudiciais, ou trata-se desta tendência em se achar o culpado de tudo.
E como diferenciar uma coisa da outra? Bom, o caminho começa com uma análise que tem por objetivo avaliar os fatores responsáveis por um resultado. Vamos ao exemplo:
Resultado: um paciente está doente e o tratamento não funciona
Pensamento do médico (que tem a tendência descrita acima): "não sou um bom médico" (ou seja, sou o principal responsável pelo tratamento não funcionar = 100% causa)
Agora, vamos pensar em outros fatores que poderiam contribuir com esta situação: neste exemplo, o paciente demorou para procurar ajuda, tinha uma doença rara e, além da ideia de tomar medicamentos não o agradar, ele também não aceitava ter a doença, o que fez com que ingerisse apenas metade da dose recomendada.
Colocando todos os fatores, e respectivas porcentagens de responsabilidade sobre o resultado final, temos:
- o paciente demorou para procurar ajuda 20%
- tinha uma doença rara 15%
- não gostava de tomar medicamentos 5%
- não aceitava a doença 10%
- tomava metade da dose recomendada pelo médico 40%
- conhecimento insuficiente do médico a respeito da doença e de como lidar com o paciente 10%
Diante desta avaliação inicial, a parte que cabe ao médico foi de 100% para 10%. Uma diferença e tanto, não?
"Mas, Ana, diante de todos estes fatores, é lógico que o médico não foi o causador disso tudo!".
Essa distribuição de responsabilidades pode até ser mais clara pra quem está fora da situação, mas aqueles que tem a propensão de se culpar por tudo, também tem a tendência ou de não levar estes outros fatores em consideração ou, então, de minimizar o poder destes e maximizar a sua parcela de culpa. E é por isso que este hábito tende a se perpetuar, caso não seja percebido e enfraquecido.
Sendo assim, antes de bater o martelo e intitular-se o culpado do mundo, verifique se você não caiu neste buraco novamente.
E, para aqueles que tendem a se culpar de menos (ou seja, tudo é culpa dos outros), a conversa é no próximo post.
Ana Carolina
Diethelm Kley anacdkley@hotmail.com
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