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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Preocupação é cuidado? Tranquilidade é desleixo?

Resolvi escrever sobre conceitos por uma razão simples: nossas ideias influenciam diretamente nossos comportamentos e, sendo assim, os conceitos nos quais acreditamos estimulam nossas condutas que, por sua vez, determinam os resultados que colhemos. 

Então, se seus resultados não te agradam, talvez seja uma boa estratégia analisar suas ideias.

O foco de hoje serão as ideias que algumas pessoas excessivamente ansiosas (um pouco de ansiedade é normal) podem ter.

Embora seja incômodo ficar ansioso, essas pessoas podem relutar em deixar de dar ouvidos à ansiedade. É estranho ler isso? Eu não acho. Na realidade, essa relutância me parece bastante coerente se partirmos de dois princípios:

ser preocupado = ser cuidadoso

ficar tranquilo  = ser desleixado


É possível que muitas pessoas pensem deste jeito porque ser cuidadoso costuma ser visto como ser precavido, ter cautela, se ocupar com os detalhes a fim de colaborar para que as coisas aconteçam corretamente. Uma pessoa cuidadosa pode ser descrita como aquela que se envolve com o que precisa ser feito, é responsável e se planeja

Agora, vamos à definição do que é ansiedade (caro leitor, essa é a minha definição, fruto de anos de experiência clínica e muitas leituras, mas está longe de ser algo definitivo): a ansiedade é uma emoção que resulta de uma tendência a superestimar os perigos e desafios e a subestimar os recursos que a pessoa tem para lidar com aquilo. Na prática, a ansiedade faz com que se foque no pior que pode acontecer de forma repetitiva, muitas vezes levando à paralisia, à procrastinação e ao desgaste mental e físico. Ao tentar abarcar todas as possibilidades de erro, a pessoa pode deixar passar o principal, sendo negligente ou, então, botando os pés pelas mãos.

O que é ser desleixado?
Essa definição é bem mais simples: basta não se importar mesmo, não se inteirar do assunto nem fazer nada a respeito; é o mesmo que deixar pra lá: "na hora eu dou um jeito". É não se preparar de nenhum jeito nem contar com a ajuda de ninguém. Mas, aí, você pode me perguntar: "uma pessoa assim não é tranquila, Ana?" Sim! Costuma ser, mas até os 40' do segundo tempo, quando ela realmente precisa colocar a mão na massa e surge o desespero. 

Agora, o que é uma pessoa calma? Neste texto, vou considerar como sendo alguém que aprendeu a lidar com a ansiedade e que tende a ser mais realista. Em outras palavras:  aquele que avalia a situação e resolve se focar nos desafios e ameaças mais prováveis, fazendo algo a respeito na maioria das vezes. Em relação às outras coisas que podem dar errado, até olha pra isso, mas não costuma se estender. Em geral, tem algum nível de organização e planejamento até o ponto em que isso ajuda a aumentar a produtividade. Mesmo com todos estes cuidados, não consegue evitar todos os erros, nem consegue garantir que tudo saia perfeito sempre (mas, enfim, quem é que consegue, não é mesmo?).

Ao avaliar estes conceitos, temos que a pessoa ansiosa faz o mesmo que a pessoa tranquila, só que de forma exagerada, pesada, custosa e menos eficiente. Já o desleixado não é uma pessoa verdadeiramente calma, embora aparente: sua tranquilidade apenas se sustenta enquanto ele não encara o desafio. 

Ser uma pessoa mais realista e mais tranquila não vai fazer com que você consiga evitar todos os problemas, mas vai ajudar a focar nos principais e a resolvê-los (nossa mente consegue fazer análises mais confiáveis quando não está tomada por pensamentos de ansiedade).

Se preocupar com tudo não vai te ajudar a prever todos os erros e  nem a focar nos mais prováveis (embora pareça que sim).

Então, proponho uma nova lista de conceitos:

ser excessivamente preocupado = ser exagerado e ineficiente

ser desleixado = ser descuidado e  ficar tranquilo até certo ponto 

ser calmo =  ser mais realista e focar no que vale a pena, sem acertar tudo sempre


O que parece mais vantajoso pra você?

Ana Carolina Diethelm Kley
anacdkley@hotmail.com
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Medo de avião

Resolvi seguir a sugestão da minha amiga Liliane Inglez, que tem um blog sobre viagens, e escrever sobre o medo de viajar de avião. Existem tantos lugares maravilhosos para se conhecer e muitas pessoas acabam se privando deste prazer por causa do medo.
 
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que não é o avião ou o vôo em si que causam este medo, mas o que se pensa a respeito deles. Se fosse a situação, todo os  passageiros sentiriam a mesma coisa e na mesma intensidade (mais ou menos como o frio na barriga que as pessoas sentem em algumas partes das montanhas russas), mas o fato é que existe todo tipo de reação dentro de uma cabine de avião: desde aqueles que tremem e suam frio até aqueles que dormem como bebês (sem remédios).
 
E quais seriam estes pensamentos? Lá vão alguns exemplos:
"E se o avião cair?"
"E se eu não tiver ar suficiente?", "E se eu não conseguir respirar?"
 
Quando eles aparecem, temos a impressão de que estes acontecimentos (o avião cair ou não ter ar suficiente na cabine) são altamente prováveis, quase certos.
 
Questionar essas aparentes certezas é um dos caminhos que nos ajudam a enfraquecer estes pensamentos e a voar com mais tranquilidade. Você sabe quantos aviões pousam e decolam em Congonhas (SP) por dia? Aproximadamente 600. Levando este número em consideração, temos 18.000 vôos só neste aeroporto por mês. E quantos aviões caíram saindo deste aeroporto no último ano? Nenhum. O avião só perde em segurança para o elevador.
 
Até porque os processos que mantém o avião voando, mesmo em caso de turbulência, já são conhecidos, estudados e aprimorados há muito anos (os primeiros vôos comerciais nos Estados Unidos datam de 1920) e as pessoas que os pilotam tem muita experiência nisso.
 
Em relação ao oxigênio, há um sistema que provê todo o ar necessário para os passageiros, prova disso é que nunca se ouviu falar de alguém que tenha morrido por falta de ar numa cabine. O que pode ser diferente no avião é a sensação que se tem ao respirar, que é muito parecida com a que ocorre em ambientes com ar condicionado ou, ainda mais, no caso das saunas (o ar está quente,  não escasso).
 
Além de refletir sobre a veracidade destas ideias, podemos questionar nossa necessidade de sempre ter certeza e, também, fazer exercícios de relaxamento no avião. Podemos, ainda, visualizar nossa chegada ao aeroporto de destino, como seremos recebidos, o que faremos em seguida. Essa técnica ajuda a projetar um pensamento (em forma de imagem) mais realista, o que nos deixa mais tranquilos.
 
Neste post, meu intuito foi expor algumas das maneiras de lidar com o medo de avião e mostrar que há luz no final do túnel para aquelas pessoas que sofrem com isso. O tratamento clínico inclui estas técnicas, e outras mais.
 
Não permita que este medo paralise sua vida e limite seu mundo, ainda mais quando há tratamento para isso.
 
Boas futuras viagens!
 
Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 6 de março de 2013

Preocupações com o futuro

Caso se preocupe muito com seu futuro, este post é pra você.
 
Pensar no que você quer para sua vida, seu trabalho, seu relacionamento, sua saúde é algo muito bom, recomendável para quem quer direcionar seu caminho e construir a própria história.
 
Mas é preciso prestar atenção em um detalhe: se preocupar com o futuro não é o mesmo que construir o futuro.
 
Digo isso porque muita gente se preocupa muito com o pode vir a acontecer achando que, ao fazer só isso, já está, de alguma maneira, contribuindo com o que virá a seguir. E isso é uma pegadinha!
 
Apenas pensar no futuro e se preocupar com a possibilidade das coisas darem errado, ou ficar tentando prever o que de pior pode acontecer (para se precaver, sem nada fazer de fato), é uma das maneiras mais certeiras de não plantar nada e, portanto, de colher na mesma medida. Eu até entendo que dê a impressão de que algo está sendo feito, afinal, se preocupar excessivamente dá trabalho (mental), mas acaba não produzindo muito coisa.
 
Então, preste atenção aos seus hábitos e perceba se, além de se preocupar, você também parte para a ação, pois é só dessa maneira que conseguimos, de fato, obter os resultados que nos ajudarão a gradualmente moldar nossa vida.
 
Então, fica a dica: pensar no futuro é bom, planejar-se é ótimo, colocar a mão na massa é essencial.
 
Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Incerteza: manual de convivência

Querer ter certeza para se sentir mais seguro é uma das maiores pegadinhas do mundo.
 
Ela se baseia numa ideia muito parecida com a seguinte:
 
"Ter certeza de que as coisas darão certo é a melhor maneira de eu me acalmar. Afinal, assim, saberei que coisas ruins não acontecerão."
 
Mas a única coisa certa nesta vida, como todo mundo sabe, é que um dia morreremos. Sobre o resto, não há certezas absolutas.
 
E isso significa que o mundo é um completo caos e que não temos controle sobre nada?
Claro que não!! Nem oito, nem oitenta.
 
Se no seu dicionário "emocional" incerto é sinônimo de problemas, coisas dando errado e catastrófes, já é hora de fazer uma revisão e colocar as coisas em seus lugares.
 
E se ter uma certeza plena é algo inviável, em que podemos nos basear? Nas probabilidades (o que é isso?)! No que é mais provável, comum de acontecer: olhe para os fatos, para experiências passadas e, aí sim, formule suas conclusões.
 
Uma ideia alternativa:
" Querer ter certeza de que nada de ruim vai acontecer é a receita certa para se manter preocupado e tenso todos os dias. Ao invés disso, se eu me basear no que é mais provável de acontecer, terei uma base mais segura de julgamento e posso me acalmar. E se, no pior das hipóteses, surgir um imprevisto, tenho recursos internos e externos para lidar com ele, e prova disso é o fato de já ter resolvido imprevistos anteriormente. "
 
Que tal testar pensar desse jeito, diferenciar as preocupações produtivas das improdutivas e ver o que muda? Pode ser que você descubra que a ansiedade e preocupação são administráveis. Que lindo, não?
 
Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Da série Distorções: "Estão todos contra mim" - no trabalho e na vida

Essa é uma maneira de pensar comum e que pode trazer muitos prejuízos.
 
Digo isso porque, em geral, ela não é verdadeira e, se nossas reações se baseiam em algo distorcido, elas serão desproporcionais ao que acontece.
 
Então, como saber se, de fato, todos estão contra você ou não?
 
Olhando os fatos.
 
Todos os fatos, da forma mais imparcial possível.
 
Reforcei esta parte porque as pessoas que acreditam nessa ideia, tendem a coletar apenas alguns tipos de fatos (comentários dúbios ou críticas) e ignorar ou distorcer outros.
 
Ao invés de ouvir um elogio ou ver uma ajuda como uma demonstração de que a pessoa quer o seu bem, isso tudo pode ser desvalorizado com alguma ideia do tipo "o que será que a pessoa quer ganhar com isso?". Ou seja, já se parte do pressuposto de que o outro não está genuinamente querendo ajudá-lo e, sim, obter alguma vantagem em troca.
 
Uma das consequências ruins deste tipo de pensamento recorrente é que tendemos a viver desconfiados e, muitas vezes, atacar e ser agressivos (direta ou indiretamente) com muita gente (quando não é com todo mundo). O que, por sua vez, pode gerar antipatia nos outros que, por causa disso, podem tender a, realmente, não dar muita atenção ao seu bem-estar, o que é visto como uma prova indelével de que você estava certo, o que aumenta sua desconfiança e agressividade, e assim por diante, num ciclo sem fim.
 
Pare e perceba:  o quanto você colabora para a agressividade e/ou desinteresse que supostamente tem recebido? Responder essa pergunta sozinho pode ser difícil. Neste caso, um grande amigo será muito útil para te dar um feedback.
 
Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Fique mais calmo ao diferenciar possibilidade de probabilidade

O que uma coisa tem a ver com a outra?

Quando estamos ansiosos ou preocupados, nossos pan's nos dizem que toda a catástrofe que passa pela nossa cabeça é altamente provável (iminente!), o que faz aumentar nossa sensação de vulnerabilidade.

E aqui cabe uma diferenciação importante:
* algo provável = um evento que acontece com frequência, algo que é comum de ocorrer
* algo possível = um evento que pode acontecer, mas que não necessariamente é frequente

Exemplo de preocupação: "E se eu sair e um meteoro cair na minha cabeça?"

Se eu fosse ouvir este pan, chegaria à conclusão que é altamente provável que, ao sair de casa, eu seja atingida por um meteoro. Isso é verdade? Não. Agora, é impossível que isso aconteça? Também não. Só é muito improvável.

Desta forma, cabe a nós diferenciarmos as ideias que nossos pan's nos dão: estas catástrofes e perigos podem até ser possíveis, mas são tão prováveis/ comuns assim? E como fazer esta distinção?

Observe e avalie apenas os fatos: nunca ouvi falar de algo vindo do céu que caiu na cabeça de alguém, embora saiba que eles já atingiram a Terra algumas vezes. Sendo assim, é pouco provável que isso venha a acontecer comigo.

Ficou clara a distinção? Então, agora, é só praticar.
Bom treino!

Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mais uma maneira de se acalmar: a tabela dos recursos

Uma das maneiras de diminuir a ansiedade é, diante de situações específicas, fazer uma forcinha para se lembrar dos recursos que você possui para encarar este desafio.

E quando uso a palavra "recurso", não me refiro apenas à questão financeira, mas a todas as habilidades, conhecimentos, jeitinhos, tecnologia e, também, amigos, familiares e contatos que podem ajudar a lidar com uma situação difícil.

Sendo assim, peguei o modelo de uma tabela, gentilmente cedida por Susana Telles (obrigada, Su!), para mostrar exemplos de como fazer isso no dia a dia. *

O caminho é o seguinte: anote a situação que o deixa ansioso, dê uma nota para a ansiedade, explicite os recursos que tem para lidar com este desafio e dê , novamente, uma nota para a ansiedade. É provável que, depois de enxergar tudo o que você tem a seu favor, sua ansiedade em relação àquilo diminua proporcionalmente.


* Exemplo inventado pela autora


A nota é dada de zero a dez, sendo zero o equivalente a nenhuma ansiedade e dez, a pior ansiedade que você já sentiu. A nota do "antes" se refere à ansiedade que você sente só de pensar na situação que precisará enfrentar. A nota do "depois" equivale a ansiedade sentida depois de serem explicitados os recursos, mas ainda antes de passar pela situação propriamente dita.

Você não precisa ser refém do excesso de ansiedade. É possível diminuí-la e torná-la produtiva (Saiba como diferenciar os tipos de ansiedade) com a prática de exercícios.

Sendo assim, bons treinos pra você.

Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Uma das causas da ansiedade

Tendo como premissa que é a maneira como interpretamos o fato, e não o fato em si, o que nos leva a ficar ansiosos ou preocupados, é sempre válido aumentar nosso conhecimento a respeito dessa interpretação.

Neste post, vou falar mais um pouco sobre um padrão muito comum nos pensamentos que geram a ansiedade.

Quando estamos preocupados, tendemos a supervalorizar o perigo, desafio ou ameça e, ao mesmo tempo, subestimar nossos recursos para lidar com aquilo.

Exemplo: "E se eu não der conta deste trabalho?"

Nesta pergunta, existem duas ideias bem disfarçadas, mas que acabam dando o "peso emocional" para esta frase. São elas:

A supervalorização do desafio: falando assim parece que se trata da coisa mais demorada, difícil, desafiadora, complexa e quase impossível que alguém já foi capaz de inventar para fazer (estou exagerando a ideia de propósito, embora, emocionalmente, possa ser assim mesmo que pareça)

A subestimação  dos nossos recursos: parece, ainda, que a pessoa não tem ninguém para quem pedir auxílio, nem pode contar com sua inteligência, raciocínio, memória, organização, habilidade de planejamento. Parece, também, que ela não tem fontes de informação disponíveis. É praticamente um analfabeto funcional com mãos, pés e boca atados.

Conclusão: temos um desafio imenso para ser encarado por uma pessoa sem recursos. Com certeza, essa maneira de encarar a situação gera muita ansiedade e insegurança!

Como reagir

Embora o PAN tenha o efeito de fazermos com que subestimemos nossa capacidade, uma  das melhores maneiras de lidar com ele, e ficar mais seguro, é exatamente  lembrar dos recursos que temos a nosso dispor.

Neste exemplo que eu dei, a pessoa em questão pode resgatar tudo o que já o ajudou a dar conta de trabalhos anteriores: desde aquela moça a quem pediu auxílio uma vez, até o seu poder de pesquisar o que já deu certo antes, tirar dúvidas com seu chefe, sua inteligência, sua agenda (para organizar as coisas), o tempo que tem pela frente, sua habilidade de fazer resumos, contas, enfim, sua habilidade de aprender coisas novas.

Quando explicitamos os fatores a nosso favor para lidar com um desafio, o tamanho dele tende a diminuir. Que tal fazer o teste durante esta semana?

No próximo post, darei mais exemplos disso.

Uma ótima semana de aprendizado a todos!

Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Como lidar com preocupações improdutivas: mindfulness

Uma vez que você já tenha conseguido perceber que ela não é tão útil quanto parece, então, vamos a outra técnica.

O objetivo não é suprimir o pensamento (em outras palavras, dizer a si mesmo "não vou mais pensar nisso!" pois, toda vez que se faz isso, o resultado é colocar foco nesta ideia, o que faz com que ela permaneça na sua cabeça), mas se distrair.

Sendo assim, você pode prestar atenção em tudo o que te cerca e descrever  com riqueza de detalhes  este ambiente (essa técnica é chamada de mindfulness).

Exemplo:
Vem a preocupação: "E se as pessoas não gostarem de mim na festa?"
Minha reação inicial:  verificar se ela é improdutiva ou produtiva (quer saber como? clique aqui)
Conclusão: é improdutiva

Reação 1: avaliar a ideia baseando-me em situações sociais anteriores, deixando-a mais fraca (afinal, não fui absolutamente rejeitada nestas ocasiões, algumas pessoas gostaram de mim, fiz até amizades novas)

Reação 2: como a ideia não sai da minha cabeça mesmo assim, começo a descrever as coisas ao meu redor com o máximo de detalhes  (estou sentada numa cadeira preta, almofadada, com detalhes em amarelo; na minha frente, existe uma mesa de madeira com um relógio e um porta lápis, neste existem várias canetas diferentes..... e asssim por diante, até que eu consiga, gradativamente, colocar minha atenção em outra coisa).

Esta técnica ajuda a reduzir o stress causado pela ansiedade improdutiva. Se você deseja saber mais sobre isso, pode acessar este artigo da Revista Brasileira de Terapias Cognitivas.

Agora, é só treinar. Boas práticas!

Ana Carolina Diethelm Kley
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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Preocupações podem ser úteis, ou não

O problema, na realidade, é que todas parecem muito úteis e só algumas são de verdade.

Já expliquei a diferença entre uma preocupação realmente produtiva e outra improdutiva neste post aqui.

Mas acho sempre útil perceber as nossas preocupações e classificá-las. Afinal, conseguir diferenciá-las com uma certa naturalidade depende de treino, de entender o que é ou não realmente digno de atenção.

Coloco abaixo exemplos do que quero dizer:

Preocupações produtivas e porque achei que eram produtivas:

"E se eu não souber chegar na festa?" = preocupação produtiva, pois é realmente provável de acontecer (nunca estive lá), depende de mim fazer algo para que eu consiga chegar ao local (ação: jogar o endereço no google maps e entender o trajeto) e é algo que eu posso fazer agora

"E se minha roupa não estiver adequada?" = preocupação produtiva, pois é uma festa que eu não costumo ir (formatura) e posso me sentir sem jeito se for mal arrumada, depende de mim fazer algo para que eu me sinta bem (ação: verificar com quem está organizando a festa que tipo de roupa é preciso usar) e é algo que eu posso fazer agora

Então, uma vez que eu consigo enxergar o problema, a ação que pode encaminhá-lo (e que depende de mim), coloco a mão na massa e consigo me acalmar, tirando a preocupação da cabeça.


Preocupações improdutivas e porque achei que eram improdutivas:

"E se o pneu do carro furar a caminho da festa?" = inicialmente, pareceu-me produtiva, pois me levou a uma ação (levar o carro ao mecânico para que ele visse como estavam meus pneus). A partir do momento em que não havia mais nada a ser feito e a preocupação continuava, ela se tornou improdutiva, afinal, evitar um imprevisto não depende de mim, além de que é improvável que isso venha a acontecer já que meus pneus estão bons. E, na pior das hipóteses, se isso acontecesse, chamaria o seguro.  Não há porque continuar investindo energia neste pensamento, então, penso em outras coisas.

"E se as pessoas não gostarem de mim na festa?" = pensei, pensei e pensei e não achei nenhuma ação que dependesse de mim, que não evitar ser agressiva com os outros ou destratá-los, o que provavelmente me levaria a algum tipo de rejeição. Fora isso, não tenho o que fazer. Suponho que esta ideia seja algo improvável, já que, no geral, minha presença não é rechaçada como supõe o pensamento (avaliando outras situações). Não tenho como prever o comportamento de todos da festa. Então, parece mais útil colocar minha atenção em algo que eu posso fazer.

Com estes exemplos, espero que tenha ficado um pouco mais claro como diferenciar uma preocupação para a qual vale a pena dar ouvidos de outra que não vale, embora dê a entender que sim.  Se com este post tiver conseguido passar a ideia de que existem preocupações que devemos dar atenção e outras que não, já fico feliz.

Ana Carolina Diethelm Kley
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terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando as emoções tomam conta

Muitas vezes passamos por períodos da vida em que as emoções aparecem e nos tomam, como se não fossemos dotados de vontade própria. Seja raiva, preocupação, tristeza ou medo, o fato é que elas escurecem nossa maneira de ver a realidade e guiam nossas vidas.

Não estou falando, neste post, do que é normal a todo ser humano: ter alterações de humor de vez em quando. Falo, sim, quando há um tempo (mais que duas semanas, por exemplo), em que este humor alterado é algo constante. Ou ainda, quando essa alteração é algo  tão frequente pela vida inteira que é visto como algo seu, o conhecido "eu sou assim".

E como saber se o que está acontecendo é normal ou já passou da conta?

É só observar seu dia-a-dia e verificar se os efeitos das variações de humor afetam sua rotina, criam problemas extras e/ou limitam sua vida, de alguma maneira. Se é isso o que está acontecendo, saiba que não é o único que passa por isso e que pode melhorar, se você quiser.

Como ninguém nasceu sabendo (até que se prove o contrário), é válido cogitar a ideia de consultar um especialista.

Imagine uma vida mais leve, produtiva, prazerosa. Isso parece interessante? Desejável? Então, mãos à obra! Afinal, se você continuar fazendo o que sempre faz (e continuar sendo guiado por essas variações de sentimentos), continuará tendo os mesmos resultados. É isso o que você quer para os próximos anos?
Ana Carolina Diethelm Kley
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terça-feira, 10 de maio de 2011

Preocupar-se não é o mesmo que colocar a mão na massa

Essa afirmação pode parecer óbvia, mas não é tanto assim.

Até porque se preocupar demais é uma ação (mental) e tem nome: ruminação ou remoer.

Às vezes, podemos nos preocupar como uma maneira de nos preparar melhor para a situação que está por vir; afinal, se pensarmos em tudo o que pode dar errado, estaremos melhor preparados para lidar com isso, certo? Errado. Se você quer se preparar mesmo, pense um pouco, foque em um perigo específico e, principalmente, aja. Dá mais resultado.

Imagine alguém que quer passar no vestibular e, para que isso dê certo, fica se preocupando com tudo o que pode cair na prova e ele não sabe. Então, passa um tempo enorme pensando sobre isso, ao invés de estudar.

Advinha o que acontece? Ele não consegue estudar tudo o que precisava, pois se aprofunda muito em detalhes e vai mal. Culpa dele que é burro, incompetente? Claro que não! Culpa da preocupação demasiada que parecia ser muito útil. E não foi.

Ana Carolina Diethelm Kley
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terça-feira, 22 de março de 2011

Comercial EQlibri: um exemplo prático do que é remoer


Quando vi este comercial pela primeira vez, pensei: "Meu Deus, é assim mesmo que acontece!!!"
E não resisti a fazer outra análise psicológica...

O passarinho faz as vezes de um pensamento automático negativo, ou seja, surge do além (pode não ter nada a ver com o que está acontecendo no momento) e fica presente na sua cabeça mesmo que este não seja seu desejo. No comercial, a mulher não fica explicitamente preocupada ou nervosa ou triste, mas, na vida real, este é o efeito dos PAN's.

Quando ela pensa, por exemplo, "uma promoção significa trabalhar mais", isso poderia deixá-la muito preocupada. E, caso isso acontecesse, ficar apenas pensando em como ela trabalharia mais (como faz o passarinho), com certeza, só ajudaria a aumentar sua preocupação.

Focar apenas no problema ou na obrigação ou na dificuldade, sem olhar para onde se quer chegar e o que precisa ser feito, é chamado de remoer ou ruminar e costuma trazer apenas dor de cabeça, nada mais.

Para tirar "o passarinho" da cabeça e encaminhar a situação, melhor seria se, depois de enviá-lo para a árvore (dar um tempo no remoer),  ela pudesse pensar em medidas práticas para lidar com um possível volume maior de trabalho, com mais reuniões ou com a necessidade de buscar o filho na escola.


obs.: ainda nem experimentei esse cream cracker...
Ana Carolina Diethelm Kley
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quando a preocupação toma conta do seu corpo

A preocupação, a ansiedade e o medo são as emoções que mais causam sintomas físicos.

Então, muitas vezes, as pessoas falam: "eu tenho dores no abdomen, me sinto tonto, minhas mãos tremem, me sinto sufocado e com o coração batendo rápido e não consigo respirar direito. Será que eu tenho algum problema físico?"

Pode ser. É bom consultar um médico para tirar a dúvida. Mas se todos os exames são feitos e os resultados são normais, embora você continue tendo os sintomas, isso aponta uma coisa: você anda bem ansioso ultimamente!

E pode acreditar: ansiedade e preocupação podem causar tudo isso sim. Então, o caminho é cuidar das suas emoções para diminuir os sintomas físicos. E, para equilibrar suas emoções, você pode prestar atenção no que passa pela sua cabeça e filtrar suas idéias; pode também melhorar o que não te agrada na sua vida, além de cuidar do seu lazer (se divertir é essencial).

Ana Carolina Diethelm Kley
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