Eu já escrevi um post voltado para as pessoas que se vêem como vítimas das coisas na vida (Quer ver? Clique aqui), mas talvez isso não tenha ajudado muita gente.
E digo isso porque é comum as pessoas que se colocam no papel de vítimas não perceberem que o fazem, afinal, as ideias de que a vida delas é ruim por causa dos outros, de que isso só vai mudar quando os outros mudarem e de que elas nada podem fazer para se sentirem melhor costumam ser muito fortes e parecerem reais.
Sendo assim, algumas podem até ter lido, mas provavelmente não se identificaram.
Quem está de fora, no entanto, costuma perceber o papel de vítima com um pouco mais de facilidade, e por duas razões: ou por perceber a injustiça e o comodismo daquele que se coloca nesta posição e/ou por se sentir extremamente culpado, com pena e impelido a fazer o que a vítima exige (porque a vítima exige, não pede).
Este post serve para dizer àqueles que convivem com as vítimas apenas uma coisa: CUIDADO.
Cuidado com sua saúde mental, física, financeira e social. Cuidado com sua autoestima e autoconfiança. Porque tudo isso pode ser bem prejudicado se você tiver um convívio razoavelmente frequente com alguém que se veja assim, e se entrar na chantagem emocional provocada por ela.
E como saber se isso está acontecendo? Não tenho a resposta final, mas acredito que alguns bons indícios possam ser a maneira como você se sente na maior parte do tempo ao lado desta pessoa (ex: mal, sempre em dívida com ela, culpado, a pior pessoa da face da Terra por "provocar" tamanho sofrimento ao outro, ou quaisquer derivações destas questões) e a maneira como a vida desta pessoa se encontra (em geral, mal também, estagnada, bagunçada, sem evolução, afinal ela não faz nada para que isso mude, além de esperar que outros ajeitem as coisa par ela).
Saiba que, independentemente do que você fizer, o outro continuará achando que é pouco, que você deveria fazer/dar/ser mais. Só que não é bem por aí.
Se você quer ajudar alguém que se encontra neste estado, coloque limites, não colabore com o papel de vítima e não se sinta culpado (em geral, são adultos e, sendo assim, são responsáveis pelas suas escolhas na vida, mesmo pela escolha de permanecer parado). Eu sei que essas sugestões não são tarefas fáceis. Muito pelo contrário! Afinal, as vítimas farão um estardalhaço ainda maior, comparável apenas àquelas crianças que se jogam no chão em lojas de brinquedos quando ouvem um "não"...
Mas é preciso ser firme. E se preservar. Fazer o que a vítima pede, muitas vezes, não a ajuda (embora ela jure que sim), apenas colabora com seu comodismo e com a manutenção deste papel. Ajudar mesmo é instigá-la a mudar, a sair dessa postura que tanto a estagna e, para isso, o único jeito que eu consigo enxergar agora (embora acredite que possam existir outros) seja a ação: dar responsabilidades, cobrá-las e agir como se faria com qualquer outro adulto, naquela mesma situação.
Ana Carolina Diethelm
Kley
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