quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A arte de colocar limites

Este título não é à toa.

Colocar limites é uma habilidade, algo que precisa de treino para melhorar e ser efetivo. Então, a primeira coisa a pensar é: para saber como colocar limites é preciso se arriscar a fazê-lo. Para facilitar sua vida, no post anterior, sugeri algumas reflexões que podem deixar um pouco mais leve este ato.
 
Meu intuito, hoje, é dar sugestões que possam colaborar com este treino.
 
Muitas vezes, as pessoas dizem o que incomodam quando já não aguentam mais, ou seja, elas explodem, somando raiva e agressividade às palavras que comunicam seus limites e necessidades. E qual é o resultado disso? Podem ser alguns; um deles (o mais comum) é obter mais agressividade, ao invés de acolhimento e respeito.
 
É preciso tomar cuidado não só com as palavras utilizadas, mas também com o tom impresso nelas, pois ele também passa uma mensagem importante. O tom pode fazer com que a mesma transmita ideias totalmente diferentes. Agora, use sua imaginação e leia o que vem a seguir de acordo com as entonações sugeridas:
 
"Você quer ajuda?" (tom neutro)
"Você quer ajuda?" (tom irônico)
 
A mensagem foi a mesma pra você?
Pra mim, não. A segunda soou bem pouco generosa.
 
 
Então, o primeiro passo é perceber o tom e modificá-lo. Se ajudar, treine em voz alta antes de falar com a pessoa. Você pode até gravar  e ouvir, caso queira. Se percebeu que as palavras ou o tom estão transmitindo agressividade, raiva ou ironia, tente outros.
 
Pensar em como você aconselharia um amigo que passasse pela mesma situação também pode te ajudar. O que você o instruiria a dizer? Você poderia usar o mesmo roteiro?
 
Outra coisa: comece seu treinamento falando o que precisa para pessoas com as quais se sente mais à vontade e utilize situações corriqueiras, como: "Hoje, estou cansada e prefiro não sair" ou "prefiro comer neste restaurante ao invés daquele. Você gostaria de vir comigo?". Aí, conforme você for se sentido mais confortável, pode fazer isso com aqueles que tem mais receio.
 
Há uma maneira de se colocar que também pode ajudar: muitas vezes, pessoas que se importam conosco não percebem que ficamos chateados com algo que fizeram e,  informar o que aconteceu, sem "apontar o dedo" para o outro, costuma ajudar, por ser um jeito mais palatável para o outro, que tem a oportunidade de conhecer você melhor e se corrigir, caso necessário.
 
Nada como exemplos... Então, vamos a eles.
 
Apontar o erro/ criticar
(tom irritado)
Forma alternativa
(tom neutro)
 
“É um absurdo você não me ligar”
“Você podia me ligar mais vezes”
“ Você deveria ter me ligado”
 
 
"quando você não me ligou naquele dia, eu me senti triste porque pensei que você não gostava mais de mim"
 
 
“Você tem que fazer as coisas que eu peço”
“Você deveria ter feito aquilo”
"você não pode deixar de fazer o que eu peço"
 
 
"quando você não fez o que eu pedi, eu fiquei irritado porque pensei que você não tinha me respeitado e não se importava comigo"
 
Agora, é hora de colocar a mão na massa. Eu sei que pode ser trabalhoso mas, durante o processo, seja gentil com você mesmo, pois qualquer treinamento envolve acertos e erros. Aprenda com seus erros e siga adiante.
 
Ana Carolina Diethelm Kley
Para me adicionar no Twitter: @AnaDKley
 
 
 
 
 




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