quinta-feira, 18 de junho de 2015

Vivendo com "E se's"



Preciso confessar que nunca vi ninguém afogado em "e se's" tão literalmente, mas já vi muita gente paralisada e com uma sensação de mesmice, insatisfação e falta de esperança num futuro melhor. E, sim, uma das causas pode ser o excesso de "E se".

Aliás, o que é isso?

"E se" são pensamentos ligados a remorso e tristeza, como nos exemplos do quadrinho acima. Essa maneira de rever o passado, causa a tal da paralisia porque, além de não trazer novas informações (como é que dá pra saber o que teria acontecido se você tivesse reagido diferente?), ainda faz com que o foco da sua atenção seja algo que não tem como ser modificado (o passado) e colabora para o excesso de autocrítica.

Os "E se" também podem ser pensamentos que causam ansiedade, preocupação, medo e insegurança e que fazem com que tenhamos alguns comportamentos como:
- tentar prever tudo o que pode dar de errado
- deixar pra depois as coisas que precisam ser feitas
- se prender a muitos detalhes e se perder no tempo 
- acabar não fazendo nada mesmo (porque nada garante que a coisa vá da certo)

Se você perceber que os tem, o que fazer com isso?

Acredito que algumas reflexões podem ajudar, então, vamos a elas:
- Quais são os efeitos (na prática) de ouvir meus "E se?"
- Quais são os custos (o preço) de levá-los em consideração?
- O que eu tenho ganhado com isso? ATENÇÃO: eu perguntei o que você, agora, ganha com isso, não o que você pode vir a ganhar se você continuar ouvindo os "e se"
- Estou sendo precavido e planejando o caminho a seguir ou estou somente paralisado?
- Se eu agir mais, o que receio que aconteça?
- Se isso acontecer (supondo que seja algo ruim), o que posso fazer?
- Se eu agir mais, posso me beneficiar de alguma maneira? Se sim, como?
- Que riscos corro se fizer isso? Eles são manejáveis?

Como refletir pode ajudar? 
Para mudar é preciso motivação. 
Motivos para agir podem surgir dessa reflexão. Quando você se sentir encorajado a fazer algo, por menor que seja, e der o primeiro passo, a mudança começou.

Responder essas perguntas dá trabalho e é preciso coragem pra fazer isso, coragem para se conhecer e encarar que talvez seja necessário pensar e agir diferente. Mas acredito que preço que o comodismo cobra seja muito mais alto, embora pago em parcelas. 
Ana Carolina Diethelm Kley
anacdkley@hotmail.com
Para me adicionar no Twitter: @AnaDKley







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