Errar não me parece ser uma das atividades preferidas das pessoas, embora todo mundo faça isso de vez em quando. Ter erros é algo frequente porque faz parte do processo de aprender (seja lá o que for).
Na realidade, vejo que muitas se incomodam quando isso acontece.
E uma estratégia comum para não repetir o mesmo erro é remoer o que aconteceu.
Em outras palavras, significa ficar repassando a situação nos seus mínimos detalhes e/ou se criticar por não ter evitado o erro ("como deixei isso passar?!", "eu deveria ter feito diferente!", "isso foi um absurdo!!") e/ou tomar este erro como um sinal que mostra quem você é de verdade ("eu sou um incompetente mesmo, um fracasso", "nunca consigo fazer nada certo", "sou descuidado", "não sirvo pra isso"). Ou tudo isso junto.
Ruminar o erro pode levar minutos, horas, dias, meses ou uma vida inteira.
"Se eu esquecer o que aconteceu, vou fazer a mesma coisa de novo"
"É um absurdo ser compreensivo comigo num caso destes! Eu mereço sofrer pelo que aconteceu"
Ideias como essas também ajudam a sustentar o ato de remoer. E, embora possa ser silencioso (muitos não externalizam esses pensamentos), ele é muito danoso emocionalmente por colocar a pessoa num ciclo de crítica feroz, autodepreciação, desmotivação e apatia. E, num estado desse, é difícil aprender alguma coisa e agir diferente, você não acha?
Então, se você tem esta tendência, eu sugiro que pare pra pensar nos efeitos disso. Será que é realmente esse chicoteamento mental que te leva a não persistir no mesmo erro?
Errar só diz que você não sabe alguma coisa.
Então, simplifique: analise a situação e o erro, tire um aprendizado a partir dessa avaliação concreta e se programe para usar este conhecimento numa próxima situação. Ponto. Acabou.
Pode ser perda de tempo e de energia ficar repassando o erro, principalmente se você não costuma ter um problema de memória.
Além disso, se torturar menos pode te dar mais disposição para processar melhor o aprendizado.
E quanto a precisar sofrer porque errou.... É como castigar o aluno por não saber a matéria que ele ainda não teve. Parece crueldade , desrepeito, sadismo, negação da realidade e nada disso tem a ver com aprendizagem.
Ana Carolina Diethelm
Kley
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